MANOEL HEMETÉRIO RAPOSO DE MELO, UNS DOS SÓCIOS FUNDADORES DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE E FOI DEPUTADO PROVINCIAL POTIGUAR
O CADERNO DE MANOEL HEMETÉRIO RAPOSO DE MELO: TRANSCRIÇÃO,
INTRODUÇÃO E NOTAS
André Felipe Pignataro Furtado de Mendonça e Menezes
Advogado, pesquisador, sócio do HIGRN e atual diretor de
Biblioteca, Arquivo e Museu
Manoel Hemetério Raposo de Melo nasceu a 3 de março de 1840
na Rua do Amparo na Cidade de Olinda do Pernambuco, como ele próprio descreve
em suas anotações. Filho de Manoel Nunes de Melo e de Francisca de Paulo Soares
de Melo, foi sócio fundador do Instituto Histórico do Rio Grande do Norte.
Faleceu no dia 02 de agosto de 1913, aos 73 anos de idade,
estando seu necrológico, com traços biográficos, na edição da Revista do IHGRN
que reuniu os volumes XI, XII e XIII, referentes aos anos de 1913 a 1915, nas
páginas 383/397.
Concluiu os estudos na Faculdade de Direito de Recife, em
1860, e, no ano seguinte, com apenas vinte e um anos de idade, chegou ao Rio
Grande do Norte para assumir o cargo de promotor de justiça da Comarca de Maioridade,
atual cidade de Martins.
Não demorou para casar-se com UMBELINA FERNANDES, filha de do coronel José Fernandes de Queiroz e Sá, fazendeiro e chefe político em
Pau dos Ferros. Tiveram 14 filhos, dos quais 11 vieram ao mundo em Pau dos Ferros, dois em Ceará
Mirim e somente a filha calcula nasceu em Natal. Ficou viúvo aos cinquenta e
três anos. Contraiu núpcias com a pernambucana Corbiniana Guedes Alcanforado,
mas não teve descendência.
Manoel Hemetério foi um homem de extensa vida pública. Ocupou
cargos importantes no Rio Grande do Norte e no Ceará, onde teve uma breve
passagem entre o fim do Império e o início da República. Foi, além de promotor
de Justiça em Martins, deputado provincial pelo Rio Grande do Norte, intendente
de Pau dos Ferros, promotor de Justiça de Ceará Mirim, Juiz de Direito em Mossoró
e em Príncipes Imperial/CE (antigo nome da cidade de Cascavel), chefe de
polícia do Ceará, desembargador do Tribunal de Apelação do Ceará e, no retorno ás
terras potiguares, dedicou-se a à advocacia.
Ao longo de vinte páginas de um caderno, escreveu com tinta
preta e excelente caligrafia, sua genealogia, sendo a maior parte dedicada à
sua descendência. A data mais recente de suas anotações encontra-se na folha 16,
que diz respeito ao casamento de sua filha MARIA ELIZA, ocorrido em Natal, no
dia 30 de outubro de 1903.
O interesse do autor pelo documento examinado surgiu após uma
conversa com Gustavo Sobral, trineto de Manoel Hemetério e guardião do caderno,
que gentilmente, forneceu uma cópia para a transcrição. Passado de geração em
geração, o caderno antes pertenceu a Abigail Sobral e Maria Elisa,
respectivamente, neta e filha de Manoel Hemtério.
Sem dúvida, Manoel Hemetério foi uma grande personalidade do
Rio Grande do Norte, daí porque a relevância de transcrever suas anotações e apresenta-lo
publicamente, Notas explicativas ajudam a enriquece a essa história. A escrita original
foi atualizada para tornar a leitura mais fácil e acessível, conforme segue nas
linhas a seguir,
FONTE REVISTA IHGRN